quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Braga-Porto: os comboios rápidos são lentos!

Os comboios Alfa Pendular fazem o percurso Braga-Famalicão em 16 minutos. Por sua vez, o percurso entre Famalicão e Campanhã demora cerca de 24 minutos. Um total de 40 minutos entre Braga e Porto-Campanhã.
Entretanto, os comboios urbanos rápidos (há comboios urbanos lentos e rápidos) entre Braga e o Porto fazem o trajeto Braga-Famalicão em 17 minutos (apenas mais um minuto do que o Alfa) e o trajeto entre Famalicão e Porto-Campanhã em 33 minutos, ou seja, mais 9 minutos do que o Alfa.
Pode daqui concluir-se que um comboio rápido urbano poderia fazer o percurso Famalicão-Porto mais rapidamente e sempre em menos de 30 minutos.
Por que tal não acontece? Porque o comboio rápido urbano, depois de Trofa e São Romão pára na Travagem e em todas as estações que há pelo caminho, ou seja, em Ermesinde, Águas Santas, Rio Tinto, Contumil e Porto-Campanhã (são 5 paragens). Isto significa que, na verdade, o comboio só é rápido até à Travagem…
Só quem o utiliza sabe o que é viajar lentamente em comboios rápidos que, ainda por cima, transitam com muita gente em pé, o que não só é incomodativo como perigoso para a segurança dos passageiros.
Importa lutar para que os comboios rápidos Porto-Braga e vice-versa sejam efetivamente rápidos também entre São Romão e Porto-São Bento, ou sentido inverso, fazendo menos paragens.
Isto é um trabalho dos utentes que tem vindo a ser feito através da Associação Comboios do Século XXI e do seu Boletim, mas que precisa também da ajuda dos municípios da Trofa, Famalicão, Barcelos e Braga e da atenção dos meios de comunicação social.
É de notar que entre Ermesinde e o Porto há muitos comboios e poderiam ser colocados outros para servir quem ali mora. O que não é de admitir é que os passageiros que querem viajar rapidamente, sentados e em segurança, a partir do Porto para a Trofa, Famalicão, Nine e Braga (ou em sentido inverso) não o possam fazer.
Quando se apresentam estes problemas para serem resolvidos junto da CP, a resposta é negativa, afirmando-se que nada pode ser feito, pelos mais variados pretextos. Não se vê vontade firme de resolver estes problemas, apesar de esta ser uma linha muito procurada e frequentada.
A tendência geral dos utentes e dos municípios é a conformação com a situação existente, mas não devia. Seguindo a via da conformação, ainda poderíamos andar em automotoras a diesel do século passado.

(Artigo de opinião publicado no Diário do Minho de 23-11-2017)

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