Em Portugal, é habitual, quando há um jogo de futebol entre
equipas profissionais bem conhecidas, que obriguem a grandes deslocações (entre
Lisboa e Porto, por exemplo), os bares e os restaurantes das áreas de serviço
das autoestradas cobrirem e esconderem os artigos que estão normalmente à
disposição dos clientes para evitar atos de vandalismo.
Na verdade, os adeptos dos grandes clubes, agrupados em claques, invadem essas áreas e apoderam-se de tudo o que está à mão e intimidam os empregados.
É preciso que a polícia os acompanhe, em todo o trajecto, para evitar males maiores.
Por sua vez, à entrada do estádio, esses adeptos são rigorosamente revistados para evitar que entrem com
objetos perigosos, desde
garrafas de vidro até very-lights, com a finalidade de atingirem os adversários
e mesmo os jogadores em campo, bem como os árbitros.
Em total contraste com este cenário, um dia desta semana, vimos os adeptos da equipa do Japão, mesmo depois de injustamente eliminados pela equipa belga, nos últimos minutos do tempo regulamentar, a limpar as bancadas onde se sentaram e, por outro lado, os jogadores nipónicos, mesmo descontentes com a derrota, limparem o balneário, deixando-o limpo, tal e qual como o encontraram.
Esse comportamento faz do Japão um verdadeiro campeão deste Mundial de 2018.
Se não percebermos bem a lição que nos foi dada por este país longínquo, não percebemos o que deve ser a vida em sociedade.
Temos muito caminho a percorrer para chegarmos perto do
nível de civismo que demonstraram.
PS – Faleceu na Corunha, no dia 26 de Junho de 2018, o
Professor Doutor José Luís Meilán Gil, membro que foi do Conselho Científico da
Escola de Direito da Universidade do Minho, sendo, na ocasião, também Reitor da
Universidade da Corunha.
Esperamos dedicar-lhe um próximo artigo.
(Artigo de opinião publicado no Diário do Minho de 5-07-2018)
(Artigo de opinião publicado no Diário do Minho de 5-07-2018)