Um primeiro painel
dedicado ao tema “Caminhos de Ferro: passado e futuro”, moderado pelo Professor
Universitário de Salamanca e Alcalde de Morille, Manuel Ambrósio
Sanchéz-Sanchéz, contando ainda com a participação de Dr. Daniel Conde,
fundador do Movimento Cívico pela Linha do Tua, que tratou o tema “Caminhos de
ferro em Trás-os-Montes – vamos discuti- los?”; do Eng. José Maria Fraile
Cuellar, engenheiro técnico de obras públicas, que abordou o tema “Los
ferrocarriles del Oeste”; de Rui Alberto Vilaça, colaborador da Fundação do
Museu Nacional Ferroviário; e do Eng. José Mário Leite, engenheiro
eletrotécnico, que apresentou o tema “Carro ou avião? Comboio é solução”.
O segundo painel,
dedicado à cidadania, mobilidade e coesão territorial, teve a intervenção de
Eng. Rui Caseiro, vice-presidente da Câmara Municipal de Bragança, que abordou
o tema “A mobilidade dos cidadãos nos territórios raiano”; Dr. Javiér Callado
Covo, que abordou “La permeabilidad al transporte y competitividade en la
raya”; Prof. Dionísio Gonçalves, que apresentou o tema “Ligações
transfronteiriças” e, finalmente, Eng. Fernando Teixeira de Barros, Presidente
da Câmara Municipal de Vila Flor, que abordou o Projeto de Desenvolvimento do
Vale do Tua, no âmbito das medidas de compensação da construção da barragem.
O encerramento da sessão
esteve a cargo do Presidente da Câmara de Bragança, Dr. Hernâni Dias.
Tive a oportunidade de
falar no primeiro painel sobre o futuro do transporte ferroviário e,
particularmente, da ação desenvolvida pela Associação Comboios Século XXI.
Defendi, ainda, que este meio de transporte deve ser uma prioridade no nosso
país, não só no litoral, sendo necessário construir uma nova linha Porto-
Lisboa que permita circular à velocidade do Alfa (220km/h) – o que faria com
que a ligação entre as duas cidades se fizesse em cerca de uma hora e meia –,
mas também no resto do país, desde logo com a criação de uma ligação à Europa
através da vizinha Espanha, mostrando-se, ainda, essencial o melhoramento do
transporte regional.
Foi interessante
verificar que, numa altura em que se fecham (ou tentam fechar) linhas, os
habitantes do distrito de Bragança reclamam uma ligação a Puebla de Sanábria
para que possam usufruir do comboio de alta velocidade, já praticamente
concluído, que liga Vigo a Madrid e que passa a pouco mais de 30km da cidade de
Bragança.
Foi uma sessão muito
interessante e participada, que contou também com a colaboração da União de
Freguesias da cidade de Bragança e que promoveu, assim, a luta pelo
desenvolvimento do interior a partir de iniciativas dos próprios raianos.
Sempre defendemos que
aos raianos compete lutar, em primeira linha, pelos interesses do interior,
ainda que com a colaboração de todos aqueles que sentem a necessidade da coesão
territorial do nosso país.
in Diário do Minho