O atraso que se verifica no nosso país em termos de vias ferroviárias
está bem patente no facto de, já bem entrados no século XXI, ainda
termos linhas não eletrificadas.
O troço Nine-Valença está por eletrificar e só agora começaram as
obras de eletrificação neste troço da Linha do Minho. Para o troço Viana
do Castelo-Valença só há previsões.
Por sua vez, o troço entre Caíde e Marco, se tudo correr bem, terá a
sua linha eletrificada no fim deste ano de 2017 (embora a obra já
devesse estar concluída em 2016). No troço Marco-Régua apenas se lançou
há dias um concurso, não para a sua eletrificação, mas para a realização
de um estudo prévio, de impacto ambiental e para o projeto de execução
da eletrificação.
Os meios de comunicação social desta região devem estar bem atentos a
estas obras para evitar que derrapem, quer nos prazos de execução, quer
nos custos. Sem pressão das autarquias locais e dos cidadãos o natural,
no nosso país, são os atrasos e aumentos de custos.
Em breve realizar-se-á uma sessão no município de Famalicão em que
fará o ponto da situação e discutirá a questão da eletrificação da Linha
do Minho. Repare-se que, em muitos outros troços ferroviários, a
eletrificação está por fazer, não havendo – que saibamos – um plano para
levar a cabo uma eletrificação generalizada a nível nacional.
Passando das infraestruturas para o transporte, temos uma má ideia
dos comboios regionais, pois aqueles que melhor conhecemos são os que
seguem para Viana e Valença e não se recomendam, tão velhos que são e
com uma linha não eletrificada.
Fazem, no entanto, muita falta bons e rápidos comboios regionais a
ligar, nomeadamente, Braga,
Famalicão, Porto, Aveiro e Coimbra. Já
temos, neste percurso, os comboios de longo curso (Alfa e Intercidades),
mas não chegam e são demasiado caros.
Se queremos – e devemos querer – que as pessoas utilizem transportes
públicos, então temos de oferecer boas condições que atualmente não
existem.
PS1 – Tive o gosto de conversar, na passada quarta-feira, com o
Dr. Fernando Alberto Ribeiro da Silva, em Guimarães, numa sessão da
Sociedade Martins Sarmento. Que falta continuam a fazer bons
governadores civis, enquanto não houver regiões administrativas, no
nosso país. Eles eram, quando bem escolhidos, elementos muito úteis para
a boa administração pública. A decisão de acabar com os distritos,
contra o que dispõe a Constituição, neste período transitório, foi uma
má decisão.
PS2 – É bom ver e ouvir a chuva nestes dias, depois de meses de seca e tempo quente. É apenas ainda muito pouca.
(Artigo de opinião publicado no Jornal «Diário do Minho» de 30-06-2017)
sexta-feira, 30 de junho de 2017
sexta-feira, 16 de junho de 2017
Elogio da ASAE
O cidadão, por definição, não é um súbdito. Tem consciência dos
seus direitos. É exigente.
Exige que os alimentos, nomeadamente a carne e o peixe, cheguem à sua mesa em condições de serem consumidos com benefício para a saúde.
Temos, em Portugal, um serviço denominado Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) que tem por missão (entre outras!) zelar pela qualidade dos alimentos. Bastaria que cuidasse dos alimentos, mas colocaram-lhe em cima ainda outras absorventes tarefas no âmbito da economia e por isso tem um “E” na sigla.
A atividade da ASAE tem sido muito divulgada nos meios de comunicação social, dividindo-se a opinião entre aqueles que a aplaudem, por defender a saúde dos cidadãos, e os que a criticam por exagero na sua intervenção e por colocar em risco as empresas que trabalham no setor.
Pertencemos ao grupo daqueles que consideram da maior importância a atividade de um organismo como a ASAE e defendem que ela deve ser muito eficaz, dentro da lei. Repare-se que muitas vezes, na ânsia do lucro, ou para evitar prejuízos, se lançam produtos no mercado que nunca deveriam ser consumidos.
Temos tendência para não dar o devido apoio a estes organismos de inspeção, mas uma sociedade devidamente organizada não dispensa esta ação fiscalizadora de modo competente, contínuo e qualificado. Não sabemos se os recursos humanos da ASAE são suficientes. Tentaremos saber.
PS.1 – Aproveitem enquanto é tempo o cheiro das flores de tília neste mês de junho de 2017. Costumo apreciar mais à noite porque ando habitualmente a essa hora na cidade onde moro, mas dizem-me que, de manhã, ainda é melhor.
PS.2 – Ainda ando às voltas com a Meo, apesar de esta ter reconhecido o erro que cometeu.
Mas hoje o que venho dizer é isto que me espantou. Como sabem, depois de qualquer contacto fazem-nos duas perguntas, sendo a segunda sobre a qualidade do serviço, perguntando-nos se recomendaríamos a Meo. A resposta é de 1 a 10 sendo naturalmente o 10 a nota de completa satisfação. O que não é natural nem normal é saber (lemos isso!) que até 6 qualquer resposta é negativa e que 7 e 8 não são apreciação positiva ou negativa (neutro). Apenas 9 e 10 são respostas positivas que podem beneficiar os funcionários que avaliamos. Que desfaçatez e falta de respeito por nós, que somos enganados, e pelos trabalhadores da MEO que são prejudicados!
(Artigo de opinião publicado no Jornal «Diário do Minho» de 16-06-2017)
Exige que os alimentos, nomeadamente a carne e o peixe, cheguem à sua mesa em condições de serem consumidos com benefício para a saúde.
Temos, em Portugal, um serviço denominado Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) que tem por missão (entre outras!) zelar pela qualidade dos alimentos. Bastaria que cuidasse dos alimentos, mas colocaram-lhe em cima ainda outras absorventes tarefas no âmbito da economia e por isso tem um “E” na sigla.
A atividade da ASAE tem sido muito divulgada nos meios de comunicação social, dividindo-se a opinião entre aqueles que a aplaudem, por defender a saúde dos cidadãos, e os que a criticam por exagero na sua intervenção e por colocar em risco as empresas que trabalham no setor.
Pertencemos ao grupo daqueles que consideram da maior importância a atividade de um organismo como a ASAE e defendem que ela deve ser muito eficaz, dentro da lei. Repare-se que muitas vezes, na ânsia do lucro, ou para evitar prejuízos, se lançam produtos no mercado que nunca deveriam ser consumidos.
Temos tendência para não dar o devido apoio a estes organismos de inspeção, mas uma sociedade devidamente organizada não dispensa esta ação fiscalizadora de modo competente, contínuo e qualificado. Não sabemos se os recursos humanos da ASAE são suficientes. Tentaremos saber.
PS.1 – Aproveitem enquanto é tempo o cheiro das flores de tília neste mês de junho de 2017. Costumo apreciar mais à noite porque ando habitualmente a essa hora na cidade onde moro, mas dizem-me que, de manhã, ainda é melhor.
PS.2 – Ainda ando às voltas com a Meo, apesar de esta ter reconhecido o erro que cometeu.
Mas hoje o que venho dizer é isto que me espantou. Como sabem, depois de qualquer contacto fazem-nos duas perguntas, sendo a segunda sobre a qualidade do serviço, perguntando-nos se recomendaríamos a Meo. A resposta é de 1 a 10 sendo naturalmente o 10 a nota de completa satisfação. O que não é natural nem normal é saber (lemos isso!) que até 6 qualquer resposta é negativa e que 7 e 8 não são apreciação positiva ou negativa (neutro). Apenas 9 e 10 são respostas positivas que podem beneficiar os funcionários que avaliamos. Que desfaçatez e falta de respeito por nós, que somos enganados, e pelos trabalhadores da MEO que são prejudicados!
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