Realizou-se, no dia 15 de março de 2018, na
reitoria da Universidade do Porto, um seminário sobre concursos de pessoal
docente e de investigação das instituições de ensino superior.
Teve-se em conta, nesse seminário, que a realização
de concursos públicos, quer de ingresso, quer de progressão na carreira é
fundamental para a qualificação do pessoal docente e de investigação das
instituições de ensino superior.
No entanto, importa que tais concursos
decorram da melhor forma em termos de procedimento administrativo e de decisão
judicial definitiva.
Os atrasos na finalização destes concursos
revelam-se altamente prejudicial para os interessados e para as próprias
instituições.
Para os interessados porque vivem,
naturalmente, preocupados com o desenvolvimento do concurso, vêm a sua situação
laboral indefinida, sofrendo muito com essa situação. Foram referidos casos
mesmo dramáticos e, por ironia, por vezes trágico-cómicos, decorrentes de
processos que demoram anos e anos a serem resolvidos.
Para as instituições porque fica fortemente
dificultada a boa gestão de recursos humanos e também a qualificação do seu
pessoal docente.
Foram referidos alguns cuidados a ter no
desenvolvimento dos concursos, salientando-se a importância de um bom apoio
jurídico por parte das universidades para não se cometerem erros desnecessários
e uma boa atenção por parte destas instituições relativamente às audiências
prévias.
A resolução destes concursos com recurso a
meios alternativos de litígios (arbitragem institucionalizada) foi mencionada
como solução possível
Como solução possível, foi mencionado o
recurso a meios alternativos de litígios (arbitragem institucionalizada).
O recurso aos tribunais por mera vontade de
litigar foi também objeto de atenção, verificando-se situações em que
concorrentes sem qualquer possibilidade de êxito recorrem aos tribunais apenas
para dilatar a produção dos efeitos da decisão concursal.
Os atrasos por sua vez, ditam problemas muito
sérios na execução das sentenças proferidas pelos tribunais, por parte das
instituições de ensino superior.
Surpresa deste seminário foi o aparecimento,
em significativo número, de jovens investigadores que trabalham anos e anos com
vínculos precários e que não vêm possibilidades de ver a sua situação
resolvida. Estes interessados, o que querem, na maior parte das vezes, é a
possibilidade de concorrer para entrar na carreira.
(Artigo de opinião publicado no Diário do Minho de 22-03-2018)