Entretanto, os
comboios urbanos rápidos (há comboios urbanos lentos e rápidos) entre Braga e o
Porto fazem o trajeto Braga-Famalicão em 17 minutos (apenas mais um minuto do que
o Alfa) e o trajeto entre Famalicão e Porto-Campanhã em 33 minutos, ou seja,
mais 9 minutos do que o Alfa.
Pode daqui
concluir-se que um comboio rápido urbano poderia fazer o percurso
Famalicão-Porto mais rapidamente e sempre em menos de 30 minutos.
Por que tal não
acontece? Porque o comboio rápido urbano, depois de Trofa e São Romão pára na
Travagem e em todas as estações que há pelo caminho, ou seja, em Ermesinde,
Águas Santas, Rio Tinto, Contumil e Porto-Campanhã (são 5 paragens). Isto
significa que, na verdade, o comboio só é rápido até à Travagem…
Só quem o utiliza
sabe o que é viajar lentamente em comboios rápidos que, ainda por cima,
transitam com muita gente em pé, o que não só é incomodativo como perigoso para
a segurança dos passageiros.
Importa lutar para
que os comboios rápidos Porto-Braga e vice-versa sejam efetivamente rápidos
também entre São Romão e Porto-São Bento, ou sentido inverso, fazendo menos
paragens.
Isto é um trabalho
dos utentes que tem vindo a ser feito através da Associação Comboios do Século
XXI e do seu Boletim, mas que precisa também da ajuda dos municípios da Trofa,
Famalicão, Barcelos e Braga e da atenção dos meios de comunicação social.
É de notar que
entre Ermesinde e o Porto há muitos comboios e poderiam ser colocados outros
para servir quem ali mora. O que não é de admitir é que os passageiros que
querem viajar rapidamente, sentados e em segurança, a partir do Porto para a
Trofa, Famalicão, Nine e Braga (ou em sentido inverso) não o possam fazer.
Quando se
apresentam estes problemas para serem resolvidos junto da CP, a resposta é
negativa, afirmando-se que nada pode ser feito, pelos mais variados pretextos.
Não se vê vontade firme de resolver estes problemas, apesar de esta ser uma
linha muito procurada e frequentada.
A tendência geral
dos utentes e dos municípios é a conformação com a situação existente, mas não
devia. Seguindo a via da conformação, ainda poderíamos andar em automotoras a
diesel do século passado.
(Artigo de opinião publicado no Diário do Minho de 23-11-2017)