quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Propinas, Livros e Comboios

O não pagamento de propinas no ensino superior por todos os estudantes, sejam ricos ou pobres, parece-me uma medida injusta.

O ensino superior de qualidade em instituições públicas ou privadas custa muito dinheiro e, por isso, é compreensível que pague propinas quem tem meios para o fazer.

Já tive opinião diferente, mas mudei quando me dei conta da importância das propinas para o financiamento das instituições de ensino superior.

É certo ainda que não deverá haver apenas duas categorias de estudantes, ou seja, “os ricos” e “os pobres”. Deverá também ser tida em conta uma classe média com direito a propinas mais baixas do que as normais.

Não seria difícil escalonar os alunos, tendo em conta o rendimento das respectivas famílias desde que houvesse cuidada avaliação dos rendimentos, podendo e devendo ter aqui as próprias instituições uma palavra, pois sabemos como estudantes que não precisam de ajuda sabem contornar os serviços de finanças.

Uma atenção especial deveria ser dada também aos estudantes trabalhadores que querem frequentar o ensino superior e não têm rendimentos elevados.
Sim às propinas, portanto, ainda que não defenda propinas de valor elevado.
Este mesmo raciocínio deveria, a meu ver, valer para os livros escolares. Nunca me convenceu a ideia de livros escolares gratuitos para todos. Há certamente boas razões para tal medida, mas há aqui algo injusto.

Uma situação de injustiça acontece também, atualmente, no transporte ferroviário. Para além de haver utentes que os utilizam sem pagar , sem que se perceba bem a razão ,, entendo que não basta ter mais de 65 anos para passar a pagar metade do valor do bilhete.

Também aqui deveria distinguir-se utentes com mais de 65 anos que não têm recursos financeiros daqueles que têm recursos acima da média. Até seria de admitir que os utentes de mais de 65 anos tivessem um desconto para incentivar a utilização do transporte público, mas então teriam apenas um incentivo e não o pagamento de apenas metade. O pagamento de metade do bilhete deveria ser reservado para quem provasse, através das Finanças, ter rendimento inferior a determinado valor.

Tudo o que acabei de escrever pode ser contraditado com bons argumentos, mas esta é, neste momento, a minha opinião.

(Artigo de opinião publicado no Diário do Minho de 16-1-2019) 

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