quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Comemorar a Restauração da Independência

Temos o costume, na família, de comemorar o dia 1 de Dezembro de 1640, o dia da restauração da Independência de Portugal.
Deslocamo-nos a Guimarães, porque esta bela cidade honra devidamente esta data. Acompanhamos os “20 arautos de D. Afonso Henriques” desde o centro histórico, percorrendo, num desfile que junta muitos participantes, ruas de Guimarães em direção ao Paço dos Duques até à estátua de D. Afonso Henriques, entoando o Hino da Restauração.
Junto à estátua são proferidas, por personalidades locais, palavras breves alusivas à efeméride e é interpretado por um grupo coral nomeadamente o Hino da Restauração e o de Portugal. É uma cerimónia simples mais cheia de simbolismo.
A independência de Portugal é algo de que nos devemos orgulhar. A ela devemos que a língua portuguesa seja uma das mais faladas no mundo e sem essa independência não teríamos seguramente um país com a grandeza do Brasil (veja-se a América Latina espanhola) e se mesmo assim ele existisse falaria castelhano e não português. A língua portuguesa, por sua vez, não estaria espalhada pelo mundo como está.
Temos pelos espanhóis e pelas nações de Espanha muito carinho (ainda mais agora que o horrível terrorismo basco pertence , esperemos que para sempre , ao passado), mas Portugal é diferente, tem a sua identidade e é seguramente da Galiza que estamos mais próximos, tendo uma língua comum na origem.

A nossa independência não significa, não deve significar nunca isolamento. Devemos com as nossas caraterísticas, com a nossa história e com o nosso modo de ser contribuir para a construção de grandes espaços de convivência fraterna não só a nível europeu (uma melhor Europa, pois ela está a viver atualmente momentos difíceis) como a nível mundial. Portugal é um país aberto ao mundo.
E com a vizinha Espanha há uma luta comum que não podemos descurar: a luta contra o despovoamento do interior. Escrevo a partir da cidade da histórica Guarda e aqui sente-se bem esse grave problema.
Portugal sem a sua parte leste robustecida será um país desequilibrado e pobre. E há tantas potencialidades no interior.
Finalmente, comemorar a Restauração é também , e ainda , uma forma de comemorar os 40 anos da
Democracia fundada na Constituição que felizmente vivemos e temos o dever de aprofundar e melhorar.
in Diário do Minho

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