Temos o costume, na família, de
comemorar o dia 1 de Dezembro de 1640, o dia da restauração da Independência de
Portugal.
Deslocamo-nos a Guimarães, porque esta
bela cidade honra devidamente esta data. Acompanhamos os “20 arautos de D.
Afonso Henriques” desde o centro histórico, percorrendo, num desfile que junta
muitos participantes, ruas de Guimarães em direção ao Paço dos Duques até à
estátua de D. Afonso Henriques, entoando o Hino da Restauração.
Junto à estátua são proferidas, por
personalidades locais, palavras breves alusivas à efeméride e é interpretado
por um grupo coral nomeadamente o Hino da Restauração e o de Portugal. É uma
cerimónia simples mais cheia de simbolismo.
A independência de Portugal é algo de
que nos devemos orgulhar. A ela devemos que a língua portuguesa seja uma das
mais faladas no mundo e sem essa independência não teríamos seguramente um país
com a grandeza do Brasil (veja-se a América Latina espanhola) e se mesmo assim
ele existisse falaria castelhano e não português. A língua portuguesa, por sua
vez, não estaria espalhada pelo mundo como está.
Temos pelos espanhóis e pelas nações de
Espanha muito carinho (ainda mais agora que o horrível terrorismo basco
pertence , esperemos que para sempre , ao passado), mas Portugal é diferente,
tem a sua identidade e é seguramente da Galiza que estamos mais próximos, tendo
uma língua comum na origem.
A nossa independência não significa,
não deve significar nunca isolamento. Devemos com as nossas caraterísticas, com
a nossa história e com o nosso modo de ser contribuir para a construção de
grandes espaços de convivência fraterna não só a nível europeu (uma melhor
Europa, pois ela está a viver atualmente momentos difíceis) como a nível
mundial. Portugal é um país aberto ao mundo.
E com a vizinha Espanha há uma luta
comum que não podemos descurar: a luta contra o despovoamento do interior.
Escrevo a partir da cidade da histórica Guarda e aqui sente-se bem esse grave
problema.
Portugal sem a sua parte leste
robustecida será um país desequilibrado e pobre. E há tantas potencialidades no
interior.
Finalmente, comemorar a Restauração é
também , e ainda , uma forma de comemorar os 40 anos da
Democracia fundada na Constituição que
felizmente vivemos e temos o dever de aprofundar e melhorar.
in Diário do Minho
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