quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Linha do Minho: Eletrificação até 2020?

Pode ler-se no Boletim n.º 2 da Associação Comboios XXI (julho de 2016), fazendo eco do que foi dito nos meios de comunicação social, que a Linha do Minho ficará eletrificada entre Nine e Valença em 2020. 
Esta foi a declaração feita, em Barcelos, pelo ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, mas foi apenas uma declaração política. E embora mereçam toda a atenção as declarações políticas, a realidade administrativa é outra coisa. 

Para a eletrificação ser real importa que se adjudique a obra a um empreiteiro (de qualidade) e isso implica abrir um concurso pela IP. 
Adjudicada a obra, importa que o contrato que lhe serviu de base tenha sido feito com todo o cuidado, prevendo a data de conclusão e entrega da obra (e não é o mesmo janeiro de 2020 ou dezembro do mesmo ano), o acompanhamento qualificado da mesma, medidas a tomar caso o empreiteiro não cumpra e aqui mais importante do que as sanções são as alternativas como, por exemplo, a entrega rápida a outro empreiteiro não vá suceder o mesmo que na eletrificação entre Caíde e Marco. 

Ao mesmo tempo e noutro plano, importa que a CP adquira material circulante moderno (com instalações sanitárias!) e assim igualmente abra um concurso, acompanhe a sua execução e preveja medidas alternativas para o não cumprimento do contrato. 

Assim sucederá? É aqui que a opinião pública, e com ela nomeadamente as autarquias locais, tem um papel da maior importância. Isto não é assunto apenas da IP e da CP, é assunto que nos diz respeito, pois é para nós cidadãos utentes que as obras e a aquisição de material circulante serão feitas. 
Por isso, importa desde já perguntar e saber estas e outras coisas: Sabendo-se que o concurso já foi aberto (estava previsto para março de 2016), a obra já foi adjudicada? E a quem? E como estamos de material circulante? Que composições vão ser adquiridas? Quais as suas caraterísticas? E estarão operacionais em 2020? Infelizmente, a informação quer da IP quer da CP está longe de ser exemplo de boa relação com os cidadãos. Parece que estes são vistos por aquelas empresas como um estorvo e não como um aliado (ver o Boletim n.º 2 da Associação). 

O nosso papel é antes de mais informar e assim faremos. Não é tarefa fácil quando quem tem a informação não a disponibiliza de modo claro, completo e fácil. O Alto Minho não pode ficar para trás numa linha que para sul é dupla e está eletrificada (Nine-Porto) e para Norte (na Galiza) está eletrificada e, em grande parte, tem já autoestradas ferroviárias. 
Estamos seguros que as autarquias da região e a CIM do Alto Minho não descansarão na defesa dos direitos das populações respetivas. 

Isto não é assunto apenas da IP e da CP, é assunto que nos diz respeito, pois é para nós cidadãos utentes que as obras e a aquisição de material circulante serão feitas.

in Diário do Minho

Sem comentários:

Enviar um comentário